Editorial: Eleitores estão “Com sangue nos olhos” e coletivamente Exigem Políticas Públicas de SAÚDE

Simões Filho – Bahia: Cidade de coração pulsante da Região Metropolitana de Salvador e sétima maior economia da Bahia, vive um paradoxo doloroso: enquanto ostenta indicadores de desenvolvimento econômico, sua população enfrenta uma dura batalha diária pela vida. Nos últimos meses, cenas de solidariedade têm se multiplicado nas redes sociais, com campanhas de doação de sangue mobilizando amigos, familiares e anônimos em verdadeiros mutirões de esperança. Casos como o de Catria Oliveira Lemos e da jovem Azzaza, que dependem diretamente da generosidade alheia, revelam uma urgência que clama por políticas públicas eficazes.

O drama da saúde pública em Simões Filho não é novo. Em 2019, o deputado estadual Eduardo Alencar (PSD), médico ortopedista e ex-prefeito da cidade por cinco mandatos, apresentou a Indicação nº 22.808 ao então governador Rui Costa, hoje ministro da Casa Civil. A proposta era clara e necessária: a construção de um Centro de Hemodiálise no município, para atender não apenas Simões Filho, mas toda a região que sofre com a ausência desse serviço vital.

Passados seis anos, o silêncio do Governo da Bahia ecoa como uma afronta à dignidade dos pacientes renais crônicos. A omissão estatal contrasta com a promessa de um Estado atento às necessidades básicas de sua população. O que falta para que a justa demanda saia do papel? Influência política? Compromisso com a vida? Ou a velha lógica de que algumas cidades só importam em época de eleição?

O desgaste é palpável, e o reflexo disso se vê nas urnas. A recente eleição suplementar em Rui Barbosa é um exemplo simbólico. Quando a população percebe que suas reivindicações caem no esquecimento, a resposta vem em forma de voto – ou de retaliação. A insatisfação cresce, sobretudo entre os que veem no PSD uma força aliada do governo estadual, mas incapaz de fazer valer sua representatividade para beneficiar Simões Filho.




Não à toa, o grupo político liderado por Diógenes Tolentino, o “Dinha”, acusa Eduardo Alencar de inoperância, de não utilizar seu capital político em prol da cidade. Por outro lado, a oposição, liderada pelo próprio Eduardo, ao lado do senador Otto Alencar e do ex-prefeito Edson Almeida, aposta no desgaste do grupo situacionista para recuperar terreno. A possível realização de uma nova eleição suplementar, diante dos processos que tramitam na 33ª Zona Eleitoral, por Abuso de Poder Econômico e Fraude à Cota de Gênero, pode reacender ainda mais essa disputa.

O eleitor de Simões Filho está com “sangue nos olhos”. E não é por acaso. É o sangue da indignação, da espera por atendimento digno, da luta por um leito, por uma máquina de hemodiálise, por um Estado que esteja presente onde mais importa: na vida cotidiana das pessoas.

A pergunta que fica no ar, cada vez mais carregado de tensão política, é: qual será a resposta nas urnas? A cidade de Simões Filho está cansada de promessas. O que se exige agora é ação. Porque, como têm mostrado os mutirões de solidariedade, a vida não espera.

Fonte: Redação Nacional – Com informações ALBA-BA

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