SJDH e Projeto Axé valorizam ancestralidade africana na Flica 2024
Como parte da programação da Casa do Governo na Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), a Secretaria da Justiça e Direitos Humanos (SJDH) promoveu, neste sábado (19), a oficina ‘Estêncil com Símbolos Adinkra’. A ação é norteada pelo eixo estratégico da SJDH ‘Educação e Cultura em Direitos Humanos’.
De acordo com a superintendente de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos da SJDH, Trícia Calmon, a ancestralidade é uma das bases da construção da literatura: “essa pauta de construção de ancestralidade, construção civilizatória, a partir desse povo negro, afrodescendente, aqui, do recôncavo, é algo que a gente precisa valorizar. E a Secretaria de Justiça vem, dessa forma, aprender com toda a literatura que está sendo exposta aqui e, também, aproveitar para mobilizar, junto aos estudantes, todas essas referências a partir de um compromisso nosso, que é com a educação e cultura em direitos humanos”.
Através da arte-educação, o minicurso propõe reflexões sobre valores como igualdade, justiça, dignidade e respeito, fortalecidos pela sabedoria tradicional africana, como explicou o artista plástico e designer Carlos Victor Pereira, educador do Projeto Axé: “é muito importante que na Flica, no espaço da Feira Literária Internacional, a gente possa abordar temas que colaborem para a educação antirracista e também com a arte”.
Na atividade, os participantes aprenderam sobre o significado dos símbolos Adinkra, originários dos Akans – um grupo étnico de Gyaman, atual Gana, que congrega diversos povos. São gravuras, provavelmente, criadas ou inspiradas pelo antigo rei Nana Kwadwo Agyemang Adinkra, com dimensões artísticas, espirituais e filosóficas, e que transmitem mensagens sobre aspectos da vida humana e do meio ambiente.
“Eu, enquanto uma mulher preta, suburbana, de Salvador, buscar a minha ancestralidade é de extrema importância para o meu dia a dia, inclusive num lugar como esse, Cachoeira, que representa tanto para a história da Bahia”, afirmou a professora de Língua Portuguesa Adeilda do Nascimento.
“Eu me sinto representada porque, além de ser uma mulher negra, eu sou uma pessoa com deficiência, tenho fibromialgia e, às vezes, eu não me sinto incluída nos espaços. Hoje, eu vim fazer essa oficina, isso também é ancestralidade. Eu me senti pertencente”, completou a também professora de Língua Portuguesa Carolina Araújo, conhecida como Maravilha Feminina.
Ainda norteada pelo eixo estratégico ‘Educação e Cultura em Direitos Humanos’, equipes da SJDH distribuirão material gráfico da campanha ‘Respeito é Nosso Direito’ durante a Flica. A proposta é aproveitar a intensa dinâmica cultural da festa literária para disseminar mensagens sobre direitos de públicos prioritários, como crianças e adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência e a comunidade LGBTQIAPN+.
Repórter: Anderson Oliveira/GOVBA
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